Brasil e EUA: Comissão propõe estratégia permanente para fortalecer comércio e relações bilaterais
A Comissão Temporária para interlocução sobre relações econômicas bilaterais com os Estados Unidos (CTEUA) aprovou o relatório final da senadora Tereza Cristina, defendendo uma estratégia ativa de diplomacia econômica para proteger as exportações brasileiras e fortalecer as relações bilaterais e multilaterais. Entre as recomendações estão ampliar a presença institucional do Brasil em Washington, intensificar o diálogo parlamentar, criar um mecanismo permanente de monitoramento de tarifas e diversificar mercados internacionais.
O relatório destaca que o recente aumento tarifário norte-americano, com alíquotas de até 50% sobre produtos brasileiros, revelou fragilidades na interlocução bilateral e exigiu respostas coordenadas entre governo, Congresso e setor produtivo. A comissão realizou missão oficial a Washington, reunindo-se com senadores, membros da Câmara, think tanks e empresas, abrindo canais de diálogo e reforçando a articulação política e comercial entre os dois países.
Além da retomada da interlocução com Washington, o documento enfatiza a importância de uma estratégia de longo prazo, que envolva engajamento direto com a administração norte-americana, fortalecimento dos canais parlamentares e articulação sistemática com o setor privado, visando reduzir assimetrias e ampliar a influência brasileira nos processos decisórios nos EUA. A diversificação de mercados e a atuação em organismos multilaterais, como OMC e G20, também são apontadas como pilares estratégicos.
Os impactos econômicos do tarifaço foram significativos, com prejuízos estimados em R$ 52 bilhões e risco de retração de até 0,6% do PIB brasileiro, afetando setores como aeronáutica, máquinas, carne bovina e frutas. Apesar disso, avanços recentes na agenda bilateral, como a redução parcial de tarifas e encontros de alto nível entre líderes e chanceleres, indicam progresso na relação comercial e na abertura de oportunidades para o Brasil.
A Efficient Comex segue monitorando de perto o cenário e suas possíveis implicações para o comércio exterior brasileiro.
