O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou recentemente um novo modelo de mapa-múndi que propõe uma perspectiva mais alinhada à posição geográfica do Brasil no globo. No novo mapa, a América do Sul ocupa uma posição central, deslocando a tradicional centralidade da Europa. Essa mudança busca valorizar uma visão mais regionalizada e descentralizada, promovendo uma representação do mundo que melhor reflita a realidade territorial brasileira e suas relações globais.
Tradicionalmente, o mapa-múndi utilizado no Brasil segue a projeção de Mercator com uma lógica eurocêntrica, colocando a Europa no centro e os demais continentes em posições periféricas. Esse modelo não é neutro: ele influencia, mesmo que inconscientemente, a forma como enxergamos o mundo e o papel relativo de cada região. A centralidade europeia nesse tipo de mapa foi historicamente adotada por conta do domínio europeu sobre a produção cartográfica, especialmente durante o período das grandes navegações e da colonização.
Contudo, essa não é a única forma de representar o planeta. Há outras visões cartográficas que partem de diferentes pontos de vista culturais, geográficos e estratégicos. Um exemplo notável é o mapa-múndi chinês, no qual a China aparece no centro do globo. Esse modelo reflete a perspectiva geopolítica e histórica do país asiático, destacando seu papel central nas rotas comerciais e sua importância no contexto global atual. A projeção chinesa reforça a ideia de que mapas são construções culturais e políticas, e não meramente representações técnicas do espaço.
Ao apresentar novas formas de visualizar o mundo, como o mapa do IBGE ou o da China, abre-se espaço para reflexões sobre identidade, protagonismo e lugar no mundo. Afinal, a forma como enxergamos o planeta também diz muito sobre como nos posicionamos nele.
Para a Efficient Comércio Exterior, compreender diferentes perspectivas globais é essencial para atuar com inteligência estratégica em um cenário internacional cada vez mais dinâmico e multipolar.